quarta-feira, 14 de setembro de 2011

That's people: we arrive and eat what we can and then leave. Like locusts.

Se Columbina, pelo efêmero acaso em seu destino, beijasse os lábios de Pierrot - servo das mensagens secretas, aparentemente simples secundário para a totalidade de quem possuia alma subordinada aos amores de Arlequim - e por este toque, os contrastantes lábios ébrios da garota findassem ali um futuro contornado que haveria de ser cumprido pelos próximos tempos, devido ao simples encanto de sentir a doçura do inocente beijo, tão verdadeiro a ponto de gritar-lhe ao toque, a ponto de franzir-lhe as sobrancelhas... Se Columbina previsse? Há profundidade suficiente em ambas as perguntas feitas? Columbina optaria pela força, mantendo-se em ilha isolada?
Mas e se.. tarde demais! Adentrado em seu coração, Pierrot se tornasse capaz de balançar todos os pedaços de sua alma encoberta pela casual capa de cores vibrantes, que usualmente ela exibia aos ventos? Se Arlequim se tornasse sombras jazidas nas fontes encobertas, se Columbina fosse simplesmente capaz de roubar a negra lágrimas da máscara de Pierrot por tomar-lhe as dores... Vendo-a vulneravelmente humana, poderia Pierrot conservar toda a admiração provinda do imaginário acerca da fortaleza que costumava conhecer e admirar? Seu sangue, lágrimas, sentimentos compartilhados. Objetos de adorações platônicas que ele então talvez deixasse a caminho da rota que costumava planejar... indo então para outra direção? E se nessa encruzilhada de despedida, ele continuasse, e ela não? E se Columbina se deitasse em terra sólida de sonhos tortuosos, e sua única imagem captasse apenas o preto-e-branco conhecido demasiadamente afundo para ser ignorado e fundido à solidão?