terça-feira, 13 de dezembro de 2011

taking over

Até que ponto valia a pena perder as coisas? Tricie imaginou que abrir mão delas seria metaforicamente abrir os dedos para sentir a correnteza de um rio passar pelo vazio, sentir a sensação de deixar ir sem ser levado junto. Deixar chegar aos outros, deixá-los sentir esse impacto, sacrificá-los por ditos bens maiores.
Ela poderia? Deveria? Conseguiria?
Eram vozes imaginárias gritando desordenadamente, fora de sintonia - e sua mente impecável e usalmente ordeira pediu socorro. Como não se afogar no fato de que "algo estava errado, fora do lugar"? Se ao menos um dia de sua vida conseguisse responder à essa pergunta.
Se ao menos uma voz em específico se exteriorizasse. Um manifesto ao seu humor taciturno. Algo a ser focado, que ela sempre poderia abrir mão do resto quando tal existisse.
No fim era abandonada pelas possibilidades. Quando a expectativa se retira, só resta o escuro e um caminho a ser seguido: o da volta. Ao princípo. Ao nada. Ao que se costuma agarrar de maneira desajeitada, quase primitiva. Ali talvez seja o único lugar onde se erra e nada se aprende de fato.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

you dont care a bit

Cotidianamente vislumbro esses reflexos estonteantes, neles busco uma fuga que até então não sei se de fato é. Conhecimentos exacerbados jogados à minha porta, recolhidos com cautela e mixados ao rápido correr do tempo que tento acompanhar. Perigos que raspam à fronteira de minha vida, onde sigo percebendo-os ou não...
Mas é quando tudo cessa, quando a luz apaga, quando a música torna-se ruídos vazios. Quando meus olhos realmente fixam-se em algo existente no escuro, quando meus sentidos de fato percebem o nada. Quando me é alertado de que jaz o vácuo onde antes havia algo. É nesse momento em que sinto medo de estar onde de fato estou. Essa inércia ao nada, inexistentes jardins que por ora tanto me iludiram com suas cores... Me fizeram aderir ao comodismo de sonhar! Quanta audácia. Sorrir debilmente diante de recordações de minutos anteriores. Saber que tal realidade paralela segue intocável com a realidade atual, imutável, depreciativa. Teus olhos que um dia já prenderam-se nessa direção, e que, doce, perderam-se na minha fuga implícita e, ao final, forjada. Estou mais presa do que nunca, e da maneira mais dolorosa - me é estranho o caminho semelhante ao teu, e essas correntes só abrangem palavras, imagens, toques. Passado.
Notas musicais continuam fluindo à minha direção. Luzes. Teorias. Risco.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

tanto faz o tempo já não mais soprar

Se minha fé engloba os sinais do passado ou o mísero alerta de olhar para trás a cada passo novo, então abraço a culpa de não ter o dom de seguir sem o luxo de ignorar as lembranças. Abraço a culpa de ter suas correntes, de seguir ordenados martírios buscando à minha frente tocar o que já passou. E assim deleito-me.. Sorrisos sombrios que insistem em mostrar que jazem enterrados no tempo invisível e já intocável. Não existem mais desse jeito, apenas estão ali parados para jogar tal verdade aos nosso olhos, e tanto tempo parece inserir-se de maneira definitiva em nosso presente já em andamento.. Seguir sem ao menos perceber! Quão doloroso pode isso se tornar?

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

de mim para mim mesma.

Não se alimente do passado para obter as energias do presente - morra faminto, ao invés. É preferível renascer no futuro do que desgastar-se às mágoas do efêmero efeito da vida; é preferível que se escolha o caminho alternativo quando a única visão indica espelhos refletindo rotas já perseguidas cuja única fonte de destruição é você mesmo.

domingo, 9 de outubro de 2011

speech - post secret

" i wonder if i kept pushing you away, not allowing you to come to my life; if you would keep trying until now. at this very moment - would you been still trying to catch my attention?
darling! that's what hurts the most!
what makes me have your remembrances is also what pushes you away from me.
because i have opened my heart, and you came into it. then expectations just have proved been the disease of everything, you wanted me to be exactly what you used to expect but i'm too far from perfection.
once you said "thanks for saving me". but you were the true hero, you always had love. i, instead, used to be indifferent. and that's the opposite to every single way of loving. and you saved me cause i could feel it, i was positively walking though those love fluids, i could have a true smile.
i'm not asking you to come back.
i know we can't be together right now. i know we're about to hurt and silently destroy each other if we try.
i just want, i just need to say that i love you so much

and it's killing me. "

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

I've been working on white lies, so I'll tell the truth.


Tomara que eu não te perca por esses caminhos tortuosos, essa vida inebriante e confusa. Tomara que eu não te perca de vista, que meu campo de visão acompanhe seu rastro de brilho em pacíficos consolos no cotidiano, que mesmo os toques de estranhos sentidos pela sua pele ocorram na sintonia da minha proximidade relativa. Tomara que a solidão te acompanhe de um jeito que você não a perceba, que eu consiga ser a luz que você usará nos becos escuros. Tomara que as danças da vida diante dessas sinfonias extremas não nos faça cair em lados opostos. Que sejamos personagens desse musical, e que continuemos a cantar ainda que toda a platéia se vá e a peça deva continuar até nosso último suspiro. Que não nos desencontremos no trocar das cenas.
Tomara, ainda, que os poucos metros de distância sejam sentidos pelo acaso, e que este chore por nós a cada desencontro. Tomara que o destino nos faça esbarrar pelos espaços já conhecidos, ou desconhecidos, e tomara que você ouse traçá-los. Porque eu irei, e ademais caminharei pelas esquinas já conhecidas: de mãos dadas com o fantasma do passado que, de maneira costumeira a carregar, me consolo por justificativas inalcançáveis nesse usual clichê vital.
Tomara que eu não esqueça, mas que consiga seguir.

Ou ao invés de tudo isso, tomara que não me importe, simplesmente, que a ilusão me torne cética a ter maneiras de enxergar vácuos e chocar-me. E então me livrar. Tomara que um dia eu possa voar novamente por esse céus!...

domingo, 2 de outubro de 2011

you and i walk a fragile line

Virando-se, por acaso, uma parte de mim perguntou ao restante o por quê de tantos melodramas pontuados especificamentes em escrever sobre amor. Ao invés de responder, apenas sorriu triste. Navega por essa psiquê todos os dolos que afogam e repercutem antes nadando contra a correnteza desses pensamentos em desavenças, que impedem uma plenitude de positivismos, brilhos explêndidos jamais alcançados... E, portanto, salvo quando envolvido pelas notas musicais amorosas que paralisam esse mundo. Sacia a fome e o vazio. Varre o espírito pessimista de desgostos conhecidos e incansáveis. Tão poucos momentos em tais experimentos e tormentos dilacerantes, e apenas a certeza de que a prova é, pois, fatal.
E em meio ao autoesclarecimento, deparo-me com a realidade incolor de que não me cabe ao espaço efêmero da reflexão descobrir o que tanto me fascina dentro desse sentimento a ponto de fazer quebrar ao cair no chão, e logo após apreciar com tanto esmero cada mínimo pedaço destes cacos.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

That's people: we arrive and eat what we can and then leave. Like locusts.

Se Columbina, pelo efêmero acaso em seu destino, beijasse os lábios de Pierrot - servo das mensagens secretas, aparentemente simples secundário para a totalidade de quem possuia alma subordinada aos amores de Arlequim - e por este toque, os contrastantes lábios ébrios da garota findassem ali um futuro contornado que haveria de ser cumprido pelos próximos tempos, devido ao simples encanto de sentir a doçura do inocente beijo, tão verdadeiro a ponto de gritar-lhe ao toque, a ponto de franzir-lhe as sobrancelhas... Se Columbina previsse? Há profundidade suficiente em ambas as perguntas feitas? Columbina optaria pela força, mantendo-se em ilha isolada?
Mas e se.. tarde demais! Adentrado em seu coração, Pierrot se tornasse capaz de balançar todos os pedaços de sua alma encoberta pela casual capa de cores vibrantes, que usualmente ela exibia aos ventos? Se Arlequim se tornasse sombras jazidas nas fontes encobertas, se Columbina fosse simplesmente capaz de roubar a negra lágrimas da máscara de Pierrot por tomar-lhe as dores... Vendo-a vulneravelmente humana, poderia Pierrot conservar toda a admiração provinda do imaginário acerca da fortaleza que costumava conhecer e admirar? Seu sangue, lágrimas, sentimentos compartilhados. Objetos de adorações platônicas que ele então talvez deixasse a caminho da rota que costumava planejar... indo então para outra direção? E se nessa encruzilhada de despedida, ele continuasse, e ela não? E se Columbina se deitasse em terra sólida de sonhos tortuosos, e sua única imagem captasse apenas o preto-e-branco conhecido demasiadamente afundo para ser ignorado e fundido à solidão?

sábado, 27 de agosto de 2011

i thought i knew you - i dont even know myself.

Um cometa atravessou certa órbita em um certo segundo, ou tempo espacial referido ao universo em que ousamos destacar. Um milhão de estrelas brilhavam a alguns metros, e conforme este horizonte se estendia sua proporção também o seguia de maneira gradual. Elas poderiam brilhar alternadamente, ou em olhos humanos causaria ato deficiente de se visualizar - pobres mortais, lacrimejariam no segundo seguinte, necessitando da escuridão usual do milésimo do seu piscar, tão natural. Atentos à rota da brilhante cauda que contornou esta moldura invisível de constelações, aparentemente não haveria nada a questionar-se: a certeza do belo incendiou o próprio universo à sua volta, e possivelmente ofuscaria o brilho do sol que comanda os raios do sistema terrestre. Algum ser animado que por milagre paradoxal ali passasse poderia esboçar nitidamente uma felicidade palpável, consumindo-se em radiantes ondas de reflexão do perfeito espetáculo vibrante, ofuscante, cintilante.

Mas e se por um erro - simples, equívoco, cruel - o tempo de piscar de olhos influisse a mudar de fato sua precisão necessária à perfeição futura do cometa? Poderia seu brilho se dissipar com a rota predestinadamente caótica? Inferiria em toda sua órbita, conexão para com outros astros, pausaria sua graciosidade no tempo espacial, aniquilaria a beleza até então presente no curso de sua própria grandeza, quabraria alicerces apenas pelo fato de precisar justificar suas expectativas?!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

and all that I ever was is here in your perfect eyes..they're all I can see.


Te amo tanto que dói. É toda a paz avassaladora que atormenta o ambiente junto ao seu, onde o utópico paira numa distância desconsiderável e absolutamente nada impede que sejamos levados pelo complexo instinto de amar todos os minúsculos e invisíveis pontos desse espaço, tempo; dimensões que só nos aproxima à medida que mata meu coração aos poucos próximo ao seu - e eis ali seu destino docemente fatal. É nosso escapismo desse mundo que, afinal, está cheio demais, esquinas onde passam multidões... erros, esboços de nosso idealismo a dois.
É todo o passado jogado à mercê do destino que comeu os vestígios dos erros, dos rabiscos construtivos de duas histórias surreais. Caminhos avessos que então, de repente, decidiram se encontrar... Dois mundos que jamais puderam conviver por ofuscarem-se em divergências, órbitas paralelas que talvez por inclinação universal tenham se cruzado. Enquanto assisto seu sorriso presencial mal posso acreditar que escolhi as montanhas enquanto você optava pelas praias...
Então em todos nossos mares de procura, lutas externas que acabaram por revelar-se contra nós mesmos se tornam enfim um ponto comum à lucidez exagerada que sempre nos pertenceu. Tua mão cobre a minha e sinto que, afinal, seu toque já fazia parte de meus sentidos. A simples presença da tua alma não me é estranha, e esse sobrenatural insiste em sussurrar nos meus ouvidos que minha respiração sempre esteve entrelaçada magicamente à sua. Quem me dera ter o passado em minha frente para poder trilhar os caminhos novamente e enfim chegar até você. Suas rotas ora necessárias, ora regressivas – não me importam, uma vez que serviram para constituir toda a sua perfeição atual. Com os esboços dessa perfeição utilizo-me para recortar papéis em coração e assim entrego-lhe junto de meu verdadeiro, uma vez que te amo inteiramente pelo que é, pelo que viveu, e pelo que consigo sentir porque sinto que apenas você consegue transmitir.
Te amo tanto que me completa.

domingo, 8 de maio de 2011

Le Moulin 02:09


Boom:
Cortando ventos com tesouras invisíveis, como sempre.
Fibras que sufocam e que me denunciam por fingir que não existem. E que machucam por de fato existirem e ao mesmo tempo serem parte da minha ilusão, autocriação infantil.
Acordes. 138 páginas que não conseguiram suprimir essa carga de romance inebriante, apenas traz consigo manchas de algo original que prevalece em páginas de uns cinco, seis anos atrás. Você está atrasada no tempo, como sempre.
Por quê, ao mesmo tempo em que imagino esse amor idealizado por Shakespeare, a imagem que me vem sempre é da solitária Julieta dentro de uma banheira de olhos abertos em baixo d'água?

segunda-feira, 2 de maio de 2011

one thing i would never

De todas as coisas que tenho feito, de todos os lugares novos que tento me acostumar, de todos os novos rostos que recepciono, de todas as mentiras que tento enterrar... São suas as lembranças roubadas nesse exato segundo, exato grão em queda dessa ampulheta já empoeirada pelo tempo que acabou se provando cruel até para nós. Algo insiste em agitar-se com dificuldade dentro da alma que aqui você um dia depositou, mesmo sem saber. Acende mesmo que não ouve minha voz; insite em tentar sobreviver por mais que a razão, por pena, tente matá-la aos poucos. A quem eu queria enganar com estes rabiscos, desenhos sem sentido e que às vezes sustentam minha própria respiração? Conto um ano. No segundo seguinte, já foram dois.. Mas o impacto de perder todos esses instantes e ao mesmo tempo perder você é um impacto aonde não acostumei ainda. Sou eu gritando apelos ao vento há meses e, de repente, agora. São esses timbres acompanhando letra minhas e suas em uma linha do tempo que então se esvai e propositalmente deixou a melodia para que algo me faça cortes, aos poucos... Eu não peço que volte. Eu não imploro que termine. O preço será certo quanto ao tamanho da chama que se esvai. Se sangro, então deixe - sangrarei até a última gota, e esse é o desfecho que escolho para surpreender. A mim mesma.

terça-feira, 8 de março de 2011

i'm your everything, i'm your nothing..

Ah, se esses timbres ousassem penetrar seus ouvidos do mesmo jeito que invadem meus sentidos... Todas essas saudades reprimidas que voam por aí, desistem em meio ao caminho da volta para o nada e acovardam-se aqui dentro, com medo intenso de te encontrar por essas ruas escuras onde nos cruzamos um dia. Não serão seus olhos que irão matar instantaneamente esse leque invisível de sensações que carrego. Seu brilho fará queimar - sua tortura é deliciosamente não-planejada e indiferente às pupilas dilatadas, as quais você ocasionalmente desvia o olhar. Você é o herói que insisto em guardar a armadura, seus planos e milagres são meus, você voa apenas nos céus onde desenho as nuvens. E meus vestígios de toda a loucura não-resplandecente também são seus... Essa conexão invisível, sua necessidade e seus toques que me possiblitam lembrar e possuir um oceano de dúvidas, certezas, tangos que começam ao meu fechar dos olhos, o desafio de capturar o infinito com os olhos e tentar abraçá-lo quando miro o nada onde você de fato não está.


Have a nice life. I'm done trying to be in it.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

yourself. always.


Escondida atrás de alguma tela obscura, seu brilho é cintilante demais para ocultar-se.


Mas não é exatamente o que dificulta minha visão do exterior que me faz masoquista, mas o que perdura e autofantasia-se dentro de cada partícula viva, vibrante, que insisto em carregar. Tormentos que não são. Ponto de vista que se intitula suficiente para viajar nas dimensões inúteis da expectativa, viva aqui dentro e morta afora. Sendo o que é, apenas um borrão invisível que às vezes traz-me novidades sem nem mesmo esperar para ver se de fato anseio por elas...
Fora do meu campo de visão, do meu controle, da minha manipulação. Ativa toda essa minha necessidade de poder tocar ou ao menos manter visível para satisfazer essas sombras que ora insistem em blindar a vida natural para o imaginário, ausente. Talvez eu precise aprender a simplesmente... não estar. Não poder puxar cordas para fazer algo equilibrar-se ou cair adiante. Fechar os olhos mesmo ao lado de aglomerados e respirar com displicência necessária para não precisar ensurdecer-se com vozes  imperativas, gritando para que você simplesmente tome rédeas da situação.