domingo, 8 de maio de 2011

Le Moulin 02:09


Boom:
Cortando ventos com tesouras invisíveis, como sempre.
Fibras que sufocam e que me denunciam por fingir que não existem. E que machucam por de fato existirem e ao mesmo tempo serem parte da minha ilusão, autocriação infantil.
Acordes. 138 páginas que não conseguiram suprimir essa carga de romance inebriante, apenas traz consigo manchas de algo original que prevalece em páginas de uns cinco, seis anos atrás. Você está atrasada no tempo, como sempre.
Por quê, ao mesmo tempo em que imagino esse amor idealizado por Shakespeare, a imagem que me vem sempre é da solitária Julieta dentro de uma banheira de olhos abertos em baixo d'água?

segunda-feira, 2 de maio de 2011

one thing i would never

De todas as coisas que tenho feito, de todos os lugares novos que tento me acostumar, de todos os novos rostos que recepciono, de todas as mentiras que tento enterrar... São suas as lembranças roubadas nesse exato segundo, exato grão em queda dessa ampulheta já empoeirada pelo tempo que acabou se provando cruel até para nós. Algo insiste em agitar-se com dificuldade dentro da alma que aqui você um dia depositou, mesmo sem saber. Acende mesmo que não ouve minha voz; insite em tentar sobreviver por mais que a razão, por pena, tente matá-la aos poucos. A quem eu queria enganar com estes rabiscos, desenhos sem sentido e que às vezes sustentam minha própria respiração? Conto um ano. No segundo seguinte, já foram dois.. Mas o impacto de perder todos esses instantes e ao mesmo tempo perder você é um impacto aonde não acostumei ainda. Sou eu gritando apelos ao vento há meses e, de repente, agora. São esses timbres acompanhando letra minhas e suas em uma linha do tempo que então se esvai e propositalmente deixou a melodia para que algo me faça cortes, aos poucos... Eu não peço que volte. Eu não imploro que termine. O preço será certo quanto ao tamanho da chama que se esvai. Se sangro, então deixe - sangrarei até a última gota, e esse é o desfecho que escolho para surpreender. A mim mesma.