sábado, 27 de agosto de 2011

i thought i knew you - i dont even know myself.

Um cometa atravessou certa órbita em um certo segundo, ou tempo espacial referido ao universo em que ousamos destacar. Um milhão de estrelas brilhavam a alguns metros, e conforme este horizonte se estendia sua proporção também o seguia de maneira gradual. Elas poderiam brilhar alternadamente, ou em olhos humanos causaria ato deficiente de se visualizar - pobres mortais, lacrimejariam no segundo seguinte, necessitando da escuridão usual do milésimo do seu piscar, tão natural. Atentos à rota da brilhante cauda que contornou esta moldura invisível de constelações, aparentemente não haveria nada a questionar-se: a certeza do belo incendiou o próprio universo à sua volta, e possivelmente ofuscaria o brilho do sol que comanda os raios do sistema terrestre. Algum ser animado que por milagre paradoxal ali passasse poderia esboçar nitidamente uma felicidade palpável, consumindo-se em radiantes ondas de reflexão do perfeito espetáculo vibrante, ofuscante, cintilante.

Mas e se por um erro - simples, equívoco, cruel - o tempo de piscar de olhos influisse a mudar de fato sua precisão necessária à perfeição futura do cometa? Poderia seu brilho se dissipar com a rota predestinadamente caótica? Inferiria em toda sua órbita, conexão para com outros astros, pausaria sua graciosidade no tempo espacial, aniquilaria a beleza até então presente no curso de sua própria grandeza, quabraria alicerces apenas pelo fato de precisar justificar suas expectativas?!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

and all that I ever was is here in your perfect eyes..they're all I can see.


Te amo tanto que dói. É toda a paz avassaladora que atormenta o ambiente junto ao seu, onde o utópico paira numa distância desconsiderável e absolutamente nada impede que sejamos levados pelo complexo instinto de amar todos os minúsculos e invisíveis pontos desse espaço, tempo; dimensões que só nos aproxima à medida que mata meu coração aos poucos próximo ao seu - e eis ali seu destino docemente fatal. É nosso escapismo desse mundo que, afinal, está cheio demais, esquinas onde passam multidões... erros, esboços de nosso idealismo a dois.
É todo o passado jogado à mercê do destino que comeu os vestígios dos erros, dos rabiscos construtivos de duas histórias surreais. Caminhos avessos que então, de repente, decidiram se encontrar... Dois mundos que jamais puderam conviver por ofuscarem-se em divergências, órbitas paralelas que talvez por inclinação universal tenham se cruzado. Enquanto assisto seu sorriso presencial mal posso acreditar que escolhi as montanhas enquanto você optava pelas praias...
Então em todos nossos mares de procura, lutas externas que acabaram por revelar-se contra nós mesmos se tornam enfim um ponto comum à lucidez exagerada que sempre nos pertenceu. Tua mão cobre a minha e sinto que, afinal, seu toque já fazia parte de meus sentidos. A simples presença da tua alma não me é estranha, e esse sobrenatural insiste em sussurrar nos meus ouvidos que minha respiração sempre esteve entrelaçada magicamente à sua. Quem me dera ter o passado em minha frente para poder trilhar os caminhos novamente e enfim chegar até você. Suas rotas ora necessárias, ora regressivas – não me importam, uma vez que serviram para constituir toda a sua perfeição atual. Com os esboços dessa perfeição utilizo-me para recortar papéis em coração e assim entrego-lhe junto de meu verdadeiro, uma vez que te amo inteiramente pelo que é, pelo que viveu, e pelo que consigo sentir porque sinto que apenas você consegue transmitir.
Te amo tanto que me completa.