sábado, 27 de agosto de 2011

i thought i knew you - i dont even know myself.

Um cometa atravessou certa órbita em um certo segundo, ou tempo espacial referido ao universo em que ousamos destacar. Um milhão de estrelas brilhavam a alguns metros, e conforme este horizonte se estendia sua proporção também o seguia de maneira gradual. Elas poderiam brilhar alternadamente, ou em olhos humanos causaria ato deficiente de se visualizar - pobres mortais, lacrimejariam no segundo seguinte, necessitando da escuridão usual do milésimo do seu piscar, tão natural. Atentos à rota da brilhante cauda que contornou esta moldura invisível de constelações, aparentemente não haveria nada a questionar-se: a certeza do belo incendiou o próprio universo à sua volta, e possivelmente ofuscaria o brilho do sol que comanda os raios do sistema terrestre. Algum ser animado que por milagre paradoxal ali passasse poderia esboçar nitidamente uma felicidade palpável, consumindo-se em radiantes ondas de reflexão do perfeito espetáculo vibrante, ofuscante, cintilante.

Mas e se por um erro - simples, equívoco, cruel - o tempo de piscar de olhos influisse a mudar de fato sua precisão necessária à perfeição futura do cometa? Poderia seu brilho se dissipar com a rota predestinadamente caótica? Inferiria em toda sua órbita, conexão para com outros astros, pausaria sua graciosidade no tempo espacial, aniquilaria a beleza até então presente no curso de sua própria grandeza, quabraria alicerces apenas pelo fato de precisar justificar suas expectativas?!

Nenhum comentário:

Postar um comentário