Estive nos últimos minutos em outra dimensão – ou aqui mesmo - tentando visualizar tal relação entre toda essa efemeridade que corresponde simultaneamente a esses dois fatores conspiratórios e ao mesmo tempo absurdamente próximos. Ambos estão alimentando-se de você ativamente neste exato momento.
Efemeridade e teoria da conspiração. Não preciso de enigmas. Toda essa teoria que já formulei em minha mente e que insiste displicentemente em retornar-me em todos os tipos de momentos tortuosos... Nenhum mistério.
Imaginemos acordar um dia e simplesmente viver, ou existir, no caso específico de ser apenas mais um dia – o que usualmente temos. Então dormimos de novo e para sempre abandonamos aquele ser que fomos por apenas um dia, embora não tenhamos tal conhecimento. Então acordamos sendo outro e assim por diante. Memórias e lavagens cerebrais constantes nos sendo impostas e suplantadas logo além; uma perfeita realidade onde seríamos igualmente ignorantes de tal fato. Cômico pensar que finalmente teríamos igualdade em plenitude.
Impus-me tal possibilidade e desde então sonho por pensamentos – não em possibilidades, afinal o quê almejar? Uma possível ruptura do invisível, um insólito atravessar de paredes? - Mas o que aprisiona e explode parte de minha consciência é tudo tender a essa passagem do belo irreal para a quebra de expectativa, essa concessão do imutável ser algo tão naturalmente aceito pela vida quando minha vontade é simplesmente quebrá-lo em pedaços. Não consigo pensar em outra solução senão transmitir essa energia vibratória de dentro, que insiste em ameaçar alguma espécie de implosão a qualquer instante. Tudo tende a ser efêmero. Analiso então novamente o abismo fatal entre homem - inseto ephemeroptera.
Não há nenhum.
E em conjunto à narrativa, uma desproporção de personagens, tempo e espaço.
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