Não há espaço entre essas fumaças magentas onde sequer um rastro seu ainda paira no ar. A reflexão da luz proveniente de estrelas próximas é demasiadamente escassa e este é meu artefato de auto-enganação – viver nessas nebulosas.
Estritamente carrego sentidos onde não os posso mais guardar... as órbitas que aqui me cercam parecem ruir ao causarem-me constantes déja-vus, lembranças apenas, provas de que algo simplesmente já foi. Ando em meio às constelações austrais fazendo refletir minhas esperanças em Órion quando você, talvez nesse instante, encontre-se em Lira...
A distância é tudo o que não cabe no intervalo de percepção da minha mente já sedada, e essa galáxia nunca me pareceu tão irregular. Percebo: esses pontos brilhantes enganam-me. Seus posicionamentos revelam-se relativos e desafiam toda a certeza anterior à essa quebra de expectativa. Abro meu olhos para a direção onde eu, supostamente, deveria te ver...
Você é apenas um fantasma, agora.
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